Apesar da minha especialidade como pesquisador científico do Instituto de Pesca de SP não ser a parte de qualidade e conservação de pescado, nos últimos anos, venho insistindo bastante nesta temática fresco x congelado. E isto não é por acaso! Apesar das minhas duas principais especialidades ser lambaricultura (cultivo comercial de lambaris) e carcinicultura (cultivo comercial de camarões), meu grande compromisso como servidor público é fomentar o consumo de proteína aquática. 6u1j1v
E como posso contribuir com isto? Primeiro de tudo é não ter vaidades ou preferências. Se o produto é da aquicultura ou da pesca comercial, se de água doce ou salgada, se nacional ou importado, meu entendimento é que todos os envolvidos com a cadeia do pescado tenham preocupações no sentido de fomentar o consumo de proteína aquática de modo geral. E jamais, volto a repetir, jamais, tentar exaltar um produto de determinada origem criticando o pescado de outra origem. Quando isto acontece, só confunde o consumidor e todo mundo perde com isto.
Depois que conseguirmos quebrar algumas barreiras junto aos consumidores brasileiros e estes estiverem consumindo quantias representativas de pescado, aí sim seria o caso de estratégias voltadas para fomentar aquilo que é mais estratégico financeiramente para o país ou mais sustentável para o meio ambiente, entre outros aspectos. Mas primeiro vamos fazer o brasileiro consumir mais proteína aquática.
Neste sentido os mitos por parte dos consumidores finais e chefes de cozinha sobre pescado fresco (não congelado) X congelado têm se apresentado como uma barreira considerável no que tange ao o de pescado com verdadeira qualidade. Estão consumindo produtos “frescos” em avançado estágio de deterioração (especialmente camarão) e produtos congelados no tempo errado e de forma errada (especialmente com excesso de glaze). Resultado disso: experiência negativa com proteína aquática.
Não cabe aqui entrar nos méritos de como deve ser este congelamento. Não sou especialista nisto e boa parte dos leitores da AB sabe como deve ser feito. Agora, o que todos podem fazer é: “Produto congelado num é um bicho-papão!”. Tem produto congelado com muito mais frescor do que não congelado. Simples assim.
É isto que chamo de Sentimentos não científicos sobre pescado congelado. A indústria (frigoríficos) precisa fazer a parte dela e nós, formadores de opinião, fazermos a nossa. Precisamos ter o entendimento que proteína aquática virou commodity e que para atender a todo tipo de mercado/região com qualidade e com maior segurança do ponto de vista alimentar, temos que assumir que o congelamento pode ser aliado. Me refiro inclusive ao filé de tilápia e salmão. Até quando vamos continuar atendendo a estes sentimentos não científicos dos consumidores?
Existem particularidades, como por exemplo, populações litorâneas e ribeirinhos, que naturalmente possuem o ao pescado não congelado de qualidade. Ainda assim, muitas vezes precisa chegar mais cedo na feira ou ter contato direto com algum pescador. Nestes casos, maravilha! Vai lá e aproveite com força deste privilégio. No entanto, não é uma situação que possa ser generalizada.
Pescado congelado, o verdadeiro pescado fresco!
Fábio Sussel é Zootecnista formado pela Universidade Estadual de Maringá, possui mestrado em nutrição de peixes pela UNESP de Botucatu e doutorado, também em nutrição de peixes, pela USP de Pirassununga. Pesquisador Científico em Aquicultura do Instituto de Pesca de São Paulo. Especialista em proteína aquática, com ênfase na produção comercial de lambari e produção de camarão marinho em água salinizada. Idealizador e primeiro apresentador do programa AquaNegócios da Fish TV. Apresentador do Canal #VaiAqua do Youtube.
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