Quando novas ideias surgem, é natural que gerem desconfiança e receio, justamente por serem desconhecidas. No entanto, visionários e empreendedores costumam demonstrar maior sensibilidade e interesse em avaliar e incorporar essas tecnologias. f4367
Recentemente, o mundo ou a abrir os olhos para a I.A., uma ferramenta revolucionária aplicada a diversas áreas do conhecimento.
Para enfrentar as constantes revoluções tecnológicas, é fundamental que nos informemos e nos preparemos. No caso da Inteligência Artificial, mais do que compreender seus princípios teóricos, precisamos saber medir suas melhorias e os benefícios práticos que pode trazer à rotina dos empreendimentos aquícolas.
A I.A. não é uma moda ageira - veio para ficar. As inovações baseadas em I.A. rapidamente saem das pranchetas digitais para serem aplicadas com resultados imediatos com efetividade. A velocidade com que a I.A. cria e gera melhorias em diversas áreas é impressionante.
No agronegócio, especialmente na agricultura, já vemos o uso de tecnologias inovadoras baseadas em I.A. Um exemplo é o desenvolvimento de drones equipados com câmeras de visão noturna, capazes de mapear plantações e identificar infestações por pragas. Esses sistemas escaneiam a lavoura, reconhecem as pragas entre mais de 1.200 espécies catalogadas e, automaticamente, tomam medidas preventivas e corretivas, como o uso de raios laser para eliminar insetos prejudiciais sem afetar as plantas ou o solo.
O mais fascinante é que o sistema distingue pragas de insetos benéficos, como abelhas, garantindo sua preservação. Essa inovação reduz a necessidade de inseticidas e minimiza o impacto ambiental — um avanço significativo para o campo.
Equipamentos baseados no mesmo princípio também combatem ervas daninhas com raios laser, reduzindo o uso de herbicidas e promovendo uma produção mais sustentável.
Outro ponto positivo da I.A. é sua contribuição para a busca do melhor custo-benefício, tornando soluções cada vez mais íveis. Os drones, por exemplo, estão se popularizando e tornando-se financeiramente viáveis para médios e pequenos produtores.
As soluções geradas pela I.A. costumam ser simples de aplicar e promove benefícios concretos ao meio rural. Seu avanço também tem um impacto socioeconômico fundamental: com a disseminação dessas tecnologias e o aumento da escala de produção, os custos tendem a cair, tornando-as íveis a pequenos e médios produtores.
A democratização tecnológica nivela as diferenças e amplia o o a soluções avançadas, promovendo maior eficiência e conformidade. Dessa forma, evita-se a formação isoladas de "ilhas de excelência", garantindo que a maioria dos empreendimentos esteja no mesmo patamar tecnológico.
A I. A. já é aplicada na produção de proteína animal, incluindo a aquicultura. Em diversos países, tecnologias baseadas em I.A. têm promovido melhorias significativas na produção e produtividade ao longo da cadeia produtiva. Um dos principais desafios da aquicultura é otimizar a conversão alimentar, maximizando a transformação da ração em carne.
Sistemas baseados em I.A. monitoram o comportamento dos peixes e identificam o momento exato em que precisam ser alimentados, analisando automaticamente os parâmetros da água. Quando os animais demonstram fome e as condições ambientais estão favoráveis, alimentadores automáticos são acionados, reduzindo desperdícios e melhorando a eficiência alimentar.
A Inovação tecnológica também impacta diretamente a rentabilidade, fator crucial para a expansão dos negócios aquícolas. Tecnologias que aceleram o ganho de peso, reduzem a mortalidade, aprimoram a conversão alimentar e automatizam a análise da água e tornam-se diferenciais estratégicos para a aquicultura brasileira.
Os Centros de PD&I têm a missão de gerar tecnologias que auxiliem os produtores em seu desenvolvimento sustentável. É essencial incentivar esses Centros, em parceria com o setor acadêmico, a priorizar estudos voltados para a I.A. — um o estratégico para instituições como a Embrapa Aquicultura, Embrapa Agroindústria e Embrapa Meio Ambiente.
Esses centros devem trabalhar em parceria com os produtores para identificar necessidades reais e desenvolver soluções que reduzam custos e promovam a diversificação da produção. A I.A. não substituirá os métodos tradicionais de pesquisa, mas os complementará, e elevando e definindo novos padrões de solução.
Os extensionistas aquícolas continuarão a ser fundamentais para disseminar o conhecimento e garantir a aplicação prática das tecnologias baseadas em I.A. A conexão entre Centros de pesquisa, Instituições de extensão e produtores é a chave para o êxito na adoção dessas inovações.
Portanto a "I.A." necessita de “veiculadores do conhecimento” até o produtor, que são os Extensionistas. Pois assim, temos a garantia que as inovações desenvolvidas serão imediatamente aplicadas no campo.
Neste contexto o setor de extensão por meio de órgãos estaduais (Emater´s, ...), assim como aqueles para capacitação e difusão da tecnologia (Senar) são vitais para a implementação e funcionamento das inovações desenvolvidas. Por isto requer entidades de Extensão rural fortes, com pessoal treinado e distribuído em todo o Estado, e a interação e comunicação entre os centros de pesquisa e inovação com as entidades de difusão e extensão favorece a disseminação do conhecimento até o campo.
Se não priorizarmos a I.A. agora, corremos o risco de nos tornarmos meros consumidores de tecnologia importada, uma dependência perigosa para o país, e terá um custo elevado comprometendo nossa autossuficiência e soberania.
O Brasil tem potencial para ser líder em I.A. aplicada à aquicultura na América Latina. A "Revolução Azul" já começou, e a I.A. será fundamental para impulsionar essa transformação.
“Aquicultor!: abra as portas do seu empreendimento para a Inteligência Artificial e seja bem-vindo ao futuro!”
Rui Donizete Teixeira é Médico Veterinário, formado pela Universidade Federal de Uberlândia-MG, possui especialização em Tecnologia e Inspeção de alimentos pela UFLA-MG. Desde de 1983 (40 anos) atua na Aquicultura, dos quais 15 anos iniciais no setor privado em uma empresa de Aquicultura (gerente de produção e da indústria de processamento de pescado); e 25 anos no setor público (área de inspeção de pescado, setor de ordenamento e gestão da aquicultura). Foi professor em Faculdade de Veterinária por 6 anos. Autor de dezenas artigos e publicações, inclusive internacionais, relacionadas a cadeia produtiva da aquicultura; a Extensão Aquícola; o Bem Estar Animal Aquícola; de Estabelecimento de Indústria de Pescado; de Mercado de Pescado e Competitividade. Atualmente assessor técnico do Ministério da Pesca e Aquicultura-MPA.
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